Repórter São Paulo – SP – Brasil

Pesca ilegal de polvos é flagrada em Alcatrazes, unidade de conservação marinha no litoral norte de São Paulo.

Fiscais do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) flagraram uma atividade ilegal de pesca de polvos no arquipélago de Alcatrazes, localizado a cerca de 35 km da costa no litoral norte de São Paulo, entre São Sebastião e Ilhabela. O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes é uma importante unidade de conservação marinha, onde qualquer tipo de pesca é proibida.

No episódio, os fiscais encontraram 46 armadilhas feitas com potes plásticos, sendo que 16 delas continham polvos. A área total do arquipélago de Alcatrazes possui cerca de 68 mil hectares, sendo a maior unidade de conservação marinha de proteção integral das regiões Sul e Sudeste e a segunda maior do Brasil. Mais de 1.300 espécies de flora e fauna já foram catalogadas na região, das quais 259 espécies de peixes estão sob proteção.

Apesar de as armadilhas terem sido encontradas em julho, somente na última terça-feira (22), o flagrante foi divulgado. As armadilhas estavam a aproximadamente 4 km do arquipélago, a uma profundidade de 35 metros, e os polvos foram devolvidos ao mar pelos agentes do ICMBio Alcatrazes.

Segundo Thais Rodrigues, chefe do ICMBio, a equipe de monitoramento identificou a pesca ilegal de polvos devido à presença de uma boia deixada pelo infrator para sinalizar o local. A pesca de polvos é permitida no litoral paulista, mas é proibida em áreas de preservação, como é o caso de Alcatrazes. Os pescadores costumam utilizar potes abertos presos a cabos para capturar os moluscos, que são recolhidos posteriormente.

A atividade de pesca de polvos no litoral paulista, que começou a crescer no final dos anos 2000, está atualmente equilibrada e até diminuiu nos últimos anos, de acordo com especialistas em estatística do Instituto de Pesca. Em 2023, havia 29 embarcações cadastradas para essa atividade, mas atualmente não passam de 12. No entanto, a pesca de polvos é regulamentada por uma portaria federal de 2021 nas regiões Sul e Sudeste, com regramento em discussão para o Norte e Nordeste.

A preservação ambiental tem sido uma prioridade no Arquipélago de Alcatrazes, com estratégias de monitoramento e fiscalização que têm contribuído para o equilíbrio da vida marinha na região. A redução da captura de polvos é um exemplo desse sucesso, incentivando a proteção e conservação dos ecossistemas marinhos.

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