Um dos principais alvos dos Pataxó é o vereador Brenio Pires (Solidariedade), que promove em suas redes sociais anúncios de empreendimentos imobiliários que violam os direitos territoriais dos indígenas. A situação é agravada pela decisão controversa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que destinou uma parte das terras reivindicadas pelos Pataxó para um assentamento, facilitando assim as invasões e ocupações ilegais.
Os Pataxó denunciam a transformação dos terrenos em loteamentos e condomínios fechados, contrariando a função social e a destinação original das áreas destinadas à Reforma Agrária. Em uma carta pública divulgada recentemente, os indígenas enfatizam a importância da luta pela terra não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a preservação da cultura e o equilíbrio ambiental da região.
Durante um protesto pacífico próximo à Escola Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê, os Pataxó foram confrontados por uma máquina derrubando capoeira alta, indicando a presença de atividades ilegais, como carvoaria e depósito de entulhos na área. A situação se tornou ainda mais preocupante quando fazendeiros apoiados pelo vereador Brenio Pires tentaram intimidar os indígenas, revelando uma possível ligação com o movimento Invasão Zero, caracterizado por práticas violentas e ilegais para tomar posse de terras indígenas.
A liderança dos Pataxó ressalta a importância da demarcação da Terra Indígena Comexatiba e conta com o apoio de entidades como a Funai, a Apoinme e a Apib para resistir às pressões e ameaças que enfrentam. A violência e os assassinatos de líderes indígenas na região evidenciam a gravidade do conflito e a urgência de medidas para proteger as comunidades tradicionais e garantir a segurança de seus territórios ancestrais. A luta dos Pataxó se torna um símbolo da resistência indígena no Brasil, diante das constantes ameaças e violações de direitos.
A situação na Terra Indígena Comexatiba reflete um cenário mais amplo de conflitos e disputas territoriais que afetam as comunidades tradicionais em todo o país. A falta de avanços na demarcação de terras e a conivência com as invasões ilegais representam um desafio para a garantia dos direitos indígenas e a preservação da diversidade cultural e ambiental do Brasil. É fundamental que as autoridades competentes atuem de forma efetiva para proteger os territórios indígenas e assegurar o respeito às comunidades originárias.