Faraó tinha um talento especial para a datilografia, habilidade adquirida durante suas aulas de catecismo na igreja. Foi a partir dessa competência que ele começou a redigir manifestos e cartas para os movimentos políticos de resistência, tornando-se um elo importante na disseminação das ideias desse período conturbado da história do Brasil. Mesmo tendo iniciado um curso de geografia na renomada Universidade de São Paulo, Faraó decidiu deixar a graduação para explorar o mundo e acabou morando em Londres, onde trabalhou em restaurantes para custear suas despesas.
De volta ao Brasil, em 1975, Faraó começou sua carreira na indústria gráfica, atuando como diagramador na Folha de S.Paulo, um dos principais jornais do país. Sua passagem pela redação do periódico foi marcada por sua participação ativa na criação do Projeto Folha, uma inovação no design editorial que revolucionou a diagramação dos veículos de comunicação brasileiros. Nos anos 80, ele se casou e teve uma filha, Julia, com quem compartilhava momentos memoráveis e felizes.
Após sair da Folha, Faraó empreendeu em diversos negócios, passando por áreas como plástico e acrílico, segurança e tecnologia. No entanto, há cerca de uma década, ele foi diagnosticado com um tipo degenerativo de demência, enfrentando uma batalha contra a afasia que acabou por levá-lo à morte aos 71 anos, vítima de broncopneumonia. Seu legado deixado à família e amigos é a lembrança de um homem culto, sofisticado e engajado, que marcou sua época com contribuições fundamentais para o jornalismo e a luta por democracia.