Ao longo dos anos, diversas etapas foram percorridas até que se chegasse a este momento de consenso. Em 2015, a Barragem de Fundão, operada pela Samarco (joint-venture da Vale e BHP), se rompeu em Mariana (MG), causando a morte de 19 pessoas e despejando 43,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente. A contaminação afetou não apenas o ambiente, mas também comunidades inteiras ao longo do Rio Doce, desde Minas Gerais até o Espírito Santo.
O processo de reparação teve início em março de 2016, com a assinatura do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) entre os poderes públicos federal e dos estados de MG e ES e a Samarco. Surgiu então a Fundação Renova, responsável por coordenar os programas de reparação e recuperação.
A partir daí, uma série de ações judiciais, acordos e negociações foram realizadas ao longo dos anos, culminando no acordo que está sendo visto como um marco na história da justiça ambiental no Brasil. A mediação do Tribunal Federal Regional da 6ª região (TRF-6) foi fundamental para que as partes envolvidas chegassem a um consenso após um ano e cinco meses de negociações intensas.
Após quase nove anos desde a tragédia e seis anos desde o início das discussões para a repactuação, entes públicos e mineradoras finalmente encontraram um terreno comum, encerrando um capítulo doloroso na história do país. Este acordo representa um passo importante na garantia da reparação dos danos causados e na busca por justiça para as comunidades afetadas pela tragédia da Mariana.