Movimento Mães de Maio enfrenta o desaparecimento de vítimas da violência policial em São Paulo em meio às mortes.

No ano seguinte aos crimes de maio de 2006 em São Paulo, um movimento de mães que reúne familiares de vítimas da violência policial se deparou com uma questão até então despercebida: os desaparecimentos. O Movimento Mães de Maio, fundado por Débora Maria da Silva, pesquisadora no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp, foi impactado por esta nova problemática trazida por Francilene Gomes Fernandes, uma estudante de serviço social.

Francilene contou a história do desaparecimento de seu irmão, Paulo Alexandre, após uma abordagem policial em São Paulo. Esta triste história não era única na família, que já havia perdido a filha Juliana em um assassinato não esclarecido nos anos 1990. O impacto dessas tragédias na vida de Francilene a levou a interromper a faculdade, mas ela encontrou apoio no Mães de Maio e decidiu fazer sua pesquisa de conclusão sobre violência policial.

Mesmo enfrentando um câncer, Francilene concluiu seu mestrado e posteriormente seu doutorado em serviço social na PUC-SP. Ela se tornou uma figura importante no movimento, contribuindo com pesquisas e lançando um livro em prol da luta contra a violência policial. Infelizmente, em setembro de 2021, Francilene faleceu aos 44 anos, deixando sua família e amigos em luto.

Seu legado de resistência e luta contra a violência policial continua a inspirar aqueles que a conheceram. Sua dedicação e coragem são lembradas por todos que tiveram o privilégio de cruzar seu caminho. Seu exemplo de transformar a dor em luta é um testemunho poderoso do impacto que as mães e familiares de vítimas da violência policial têm na luta por justiça e dignidade.

O Movimento Mães de Maio segue firme em sua missão, honrando a memória de Francilene e de todas as vítimas da violência policial. Suas ações e pesquisas ajudam a dar visibilidade a um tema que muitas vezes é negligenciado, trazendo luz para os desaparecimentos e injustiças que ainda persistem em nossa sociedade.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo