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Meu pai, a extrema direita e a São Paulo que um dia conheci: Reflexões sobre a polarização política e a complexidade da cidade

O patriarca de uma família de extrema direita, com 83 anos de idade, revela uma série de contradições em sua personalidade. Esse é o impactante relato de uma jovem que testemunhou de perto a transformação ideológica de seu pai ao longo dos anos.

Ela descreve seu pai como um homem aparentemente bonzinho, amigo dos animais e de um casal de lésbicas, mas que, no fundo, carrega consigo uma postura política radical de extrema direita. O comportamento do pai ao dirigir de forma agressiva aos domingos, criticando os demais motoristas, serve como exemplo do que ela chama de “algoritmo macabro” que o levou a essas ideias extremistas.

A autora também relata a influência política de seu pai em seu bairro, onde os moradores da Vila Carrão tendem a seguir suas convicções políticas conservadoras. Ela observa que, apesar das aparências acolhedoras e simpáticas, esses vizinhos são eleitores fiéis de políticos como Bolsonaro e Nunes, demonstrando uma contradição entre a imagem cotidiana e as crenças políticas.

A narradora expressa seu desconforto em ambientes de elite intelectual, onde se sente vigiada e julgada. Ela também critica a postura de certos grupos de esquerda, dos quais fez parte, por sua falta de autenticidade e por abordagens superficiais em campanhas políticas, como a pulseira da amizade do candidato Boulos.

A autora reflete sobre a dificuldade de conquistar a Zona Leste para a esquerda, enquanto se irrita com campanhas eleitorais que fazem piadas simplistas e sem substância, como a referência ao “bolo de Boulos”. Esse relato revela as complexidades da vida política e social no Brasil, evidenciando as contradições e divergências ideológicas presentes em diferentes camadas da sociedade.

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