Delegado acusado no caso Marielle Franco compara prisão a assassinato: “Só quero sair daqui com a verdade”

Na última quinta-feira (24), o delegado Rivaldo Barbosa fez duras declarações em interrogatório ao Supremo Tribunal Federal, comparando a sua prisão à sua própria morte. Sua detenção está relacionada ao envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, há sete meses. O delegado afirmou não temer a verdade e expressou gratidão pela vereadora, a quem conheceu em 2012.

Barbosa é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter auxiliado no planejamento do homicídio de Marielle, quando era chefe da Polícia Civil. Segundo a denúncia, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão seriam os mandantes do crime, embora ambos neguem qualquer participação.

A acusação tem como base a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, que confessou a execução do assassinato. No entanto, trechos cruciais do depoimento de Lessa não foram corroborados por provas, como reportado pela imprensa.

Rivaldo Barbosa afirmou não ter qualquer ligação com os Brazão e argumentou que Lessa o incluiu na delação para relacionar os irmãos com a condução do inquérito policial. Ele também alegou que Lessa tenta proteger o ex-vereador Cristiano Girão, preso após a CPI das Milícias.

No interrogatório, o delegado criticou a investigação da Polícia Federal, alegando falta de experiência na apuração de homicídios e falta de humildade por parte dos investigadores. Ele classificou o caso como uma das maiores injustiças do país depois da redemocratização.

Rivaldo Barbosa destacou que a verdade é o seu único desejo e que só deseja sair da prisão quando os fatos verdadeiros forem esclarecidos. Ele ressaltou a importância de Marielle em sua vida, mencionando que foi ela quem o ajudou em diversos momentos e que não teria motivos para prejudicá-la.

Em meio a acusações e declarações polêmicas, o caso envolvendo o delegado Rivaldo Barbosa e o assassinato de Marielle Franco continua a intrigar a população. Enquanto a verdade não for totalmente esclarecida, a justiça permanece em busca de respostas em um dos crimes mais marcantes da história recente do Brasil.

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