Sócios e funcionários de laboratório são presos por liberar órgãos infectados com HIV para transplante em Nova Iguaçu, no Rio.

A Justiça de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, tomou uma decisão importante esta semana ao decretar a prisão preventiva de seis pessoas ligadas ao laboratório PCS Labs Saleme. Essas pessoas, entre sócios e funcionários, são acusadas de serem responsáveis pela liberação de órgãos infectados com o vírus HIV para transplante, devido a exames laboratoriais equivocados.

Entre os alvos dos mandados de prisão estão dois sócios do laboratório, Walter Vieira e seu filho Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira. Matheus se apresentou voluntariamente à polícia após a ordem de prisão. Segundo o advogado Afonso Destri, a prisão é considerada ilegal e uma antecipação de pena sem processo ou julgamento justo. O advogado afirmou que Matheus sempre colaborou com as investigações e que entrará com um pedido de habeas corpus contra a decisão.

Além dos sócios, também foram decretadas as prisões dos funcionários do laboratório Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos, que já se encontram detidos. Os seis estão sendo acusados de lesão corporal grave que resultou em doença incurável, organização criminosa e falsidade ideológica, com Jacqueline respondendo também por falsificação de documento particular.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, o exame de sangue do doador de órgãos, que era soropositivo, resultou em um “falso negativo” devido à degradação dos reagentes utilizados para detectar o vírus. O MPRJ alega que os acusados tinham conhecimento da degradação dos reagentes devido à falta de controle de qualidade e que a redução dos procedimentos para economia comprometeu a exatidão dos resultados.

Esta decisão da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu revela a gravidade dos crimes cometidos pelos envolvidos e a necessidade de responsabilização pelas consequências desastrosas de suas ações. A prisão preventiva é um passo importante no processo de justiça para as vítimas e suas famílias, que sofreram as consequências desse erro lamentável. A sociedade espera que a investigação siga seu curso e que os responsáveis sejam devidamente punidos pelos danos causados.

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