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Ônibus sequestrados viram barricadas em comunidades do Rio de Janeiro; polícia realiza operação na Tijuquinha e Muzema

Na madrugada desta quarta-feira (23), a violência novamente se fez presente nas comunidades da Tijuquinha e Muzema, localizadas na zona oeste do Rio de Janeiro. Três ônibus foram sequestrados por criminosos e utilizados como barricadas, em mais um capítulo da disputa territorial entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho que assola a região.

As forças de segurança, representadas pelo Bope e Choque, realizaram uma operação no local para conter a situação. Segundo relatos, os policiais foram atacados a tiros em uma área de mata na Tijuquinha, desencadeando um confronto armado. Apesar do cenário de tensão, não foram realizadas prisões ou apreensões e não há registro de feridos.

Os criminosos têm adotado a tática de sequestro de ônibus como estratégia para criar barreiras nas vias e dificultar a ação policial. Os veículos são roubados, e os passageiros são obrigados a descer enquanto os criminosos assumem o controle das máquinas, muitas vezes levando consigo chaves e baterias para impedir a remoção dos ônibus.

Desde janeiro deste ano, o sindicato Rio Ônibus contabiliza 112 veículos sequestrados na cidade. Essa prática recorrente tem impactado diretamente a mobilidade urbana dos moradores dessas comunidades, que relatam longas caminhadas para acessar outros meios de transporte, como metrô e BRT. Alguns chegam a buscar alternativas ilegais, como balsas clandestinas na lagoa da Tijuca, diante da falta de oferta regular de ônibus.

O governo do estado estuda meios de utilizar o monitoramento em tempo real dos veículos para prevenir novos sequestros e obstruções viárias. Enquanto isso, a população dessas localidades segue enfrentando desafios e vulnerabilidades decorrentes da violência e da falta de infraestrutura adequada. A espera é por soluções eficazes que garantam a segurança e o direito de ir e vir desses cidadãos.

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