Repórter São Paulo – SP – Brasil

Letalidade policial aumenta em São Paulo em 2024, com 441 mortes nos primeiros oito meses, superando total de 2022 e 2023.

No ano de 2024, as estatísticas de letalidade policial no estado de São Paulo apresentam um aumento preocupante. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, nos primeiros oito meses deste ano foram registradas 441 mortes decorrentes de ações policiais em serviço. Este número supera a somatória das vítimas nos anos de 2022 e 2023, que totalizaram 423 mortes durante o mesmo período.

O estudo aponta um aumento de 78,5% nas mortes cometidas por policiais em serviço em comparação com o ano anterior. Em média, 1,8 vítima é morta por dia pelas forças policiais no estado de São Paulo no ano de 2024. A diretora executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, atribui esse cenário ao esvaziamento do controle do uso da força pela Polícia Militar de São Paulo, destacando que a letalidade policial vem crescendo de forma alarmante.

O perfil das vítimas também chama a atenção no levantamento. O número de pessoas negras mortas pela polícia em serviço aumentou significativamente, representando 83,8% das vítimas, enquanto as vítimas brancas representaram um aumento de 58,6%. A população negra, composta por pretos e pardos, corresponde a 34,6% da população de São Paulo, mas historicamente é mais afetada pela violência policial.

Diante desses dados alarmantes, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ressalta que as mortes em decorrência de intervenção policial acontecem em reação à ação da polícia. No entanto, a secretaria destaca que todos os casos são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público.

A redução da letalidade policial é um desafio que a SSP afirma enfrentar com investimentos na capacitação do efetivo, na aquisição de equipamentos menos letais e em políticas públicas. Além disso, os policiais passam por cursos que incluem disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero e ações antirracistas, visando uma atuação mais respeitosa e assertiva.

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