Estudo aponta altos níveis de contaminação por plástico e bitucas de cigarro na praia do Perequê, no Guarujá, revelando urgência de ações.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, localizada em Guarujá, no litoral de São Paulo. A pesquisa apontou a presença predominante de plásticos e bitucas de cigarro, o que levanta preocupações sobre a saúde ambiental da região. Os detalhes minuciosos desse levantamento, considerado um dos mais abrangentes do mundo, abrem caminho para a implementação de políticas públicas a fim de mitigar o problema.

O estudo, fruto de uma parceria entre o Instituto do Mar (IMar) da Unifesp, em Santos, e a Secretaria do Meio Ambiente do Guarujá, buscou compreender as fontes de contaminação da praia do Perequê, que está inserida em uma Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Litoral Centro. Essa praia abriga uma comunidade de pescadores e recebe uma grande demanda turística ao longo do ano.

De acordo com Ítalo Braga de Castro, professor do IMar-Unifesp e coordenador do estudo, os resultados indicam que o lixo encontrado na praia é predominantemente oriundo de atividades turísticas. Durante o verão, a situação se agrava, sugerindo que os banhistas são os principais responsáveis pelo descarte inadequado de resíduos. O alto índice de contaminação por plástico e bitucas de cigarro na praia do Perequê se destacou em comparação com outros estudos internacionais que utilizaram o mesmo método de análise.

Os pesquisadores realizaram a coleta de lixo em dez pontos diferentes ao longo da faixa de areia, totalizando 2.579 itens recolhidos em uma área de 4 mil metros quadrados. Esse volume expressivo de detritos caracteriza a praia do Perequê como um ambiente “sujo”, de acordo com os padrões do Clean-Coast Index. A maior concentração de lixo foi observada na parte seca da praia, principalmente devido ao descarte de bitucas de cigarro e embalagens de alimentos por frequentadores.

A problemática das bitucas de cigarro também foi destacada, uma vez que elas carregam substâncias tóxicas que representam riscos tanto para os seres humanos quanto para a vida marinha. A partir dessas descobertas, os pesquisadores ressaltaram a importância da conscientização ambiental, da instalação de lixeiras adequadas e até mesmo da proibição do fumo na praia, como medidas para mitigar a contaminação na região.

Em resumo, o estudo realizado na praia do Perequê evidenciou a urgência de intervenções para preservar a saúde dos ecossistemas costeiros e a qualidade de vida das comunidades locais. Com base nessas informações, é esperado que as autoridades ambientais e gestores adotem medidas eficazes para combater a contaminação e promover práticas sustentáveis nessa importante área costeira.

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