Um dos pontos destacados no documento foi a necessidade de construção de uma nova ordem mundial multipolar, baseada em diversos centros de poder. Os países do Brics sugerem reformas na governança global que reflitam a nova realidade econômica e geopolítica internacional, com foco na ampliação da representação dos países em desenvolvimento e emergentes em posições de liderança nos organismos internacionais.
Durante a reunião da cúpula, que contou com a participação remota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente chinês Xi Jinping ressaltou a importância da cooperação entre os países do Sul Global e da reforma das instituições internacionais. Xi enfatizou a necessidade de alinhar o ritmo da governança global com as rápidas transformações no equilíbrio do poder internacional.
Além disso, a Declaração de Kazan abordou questões relacionadas aos conflitos armados atuais, como a situação na Faixa de Gaza, no Líbano e na Ucrânia. Houve também críticas às sanções econômicas aplicadas unilateralmente por potências ocidentais contra alguns países, destacando a importância de um diálogo e diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos.
O coordenador do Grupo de Estudos sobre o Brics da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Borba Casella, ressaltou a inovação da Declaração de Kazan ao mencionar a expansão do bloco e a necessidade de uma organização eficiente para criar um mundo multipolar. No entanto, Casella observou a importância de definir de forma clara como essa nova estrutura de poder será estabelecida.
Em resumo, a declaração da cúpula do Brics reforçou a importância da reforma dos organismos internacionais, a necessidade de uma nova ordem mundial multipolar e o diálogo como meio de solucionar conflitos de forma pacífica.