A barragem em questão era de propriedade da Samarco, uma joint-venture entre a brasileira Vale e a subsidiária da BHP no Brasil, a BHP Brasil. O escritório Pogust Goodhead (PG) representa 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 46 municípios afetados pelo desastre, argumentando que as decisões na Samarco só podiam ser tomadas com o acordo conjunto dos acionistas representantes da BHP e da Vale. Além disso, as vítimas sustentam que a BHP tinha conhecimento prévio dos riscos envolvendo a barragem.
A BHP, por sua vez, nega as alegações sobre o nível de controle que exercia sobre a Samarco, afirmando que a empresa sempre operou de forma independente. A empresa também está buscando soluções para compensação e reparação justas junto às autoridades brasileiras.
O julgamento está previsto para durar até março de 2025, com mais três meses para que a juíza britânica Finola O’Farrell pronuncie a sentença. Nesta fase, apenas será decidida a responsabilidade da BHP no desastre, sendo necessário um novo julgamento para determinar os valores das indenizações, caso a empresa seja condenada.
Nos próximos dias, serão apresentadas as defesas da BHP perante o tribunal londrino, seguidas pelos depoimentos de testemunhas e especialistas em legislações brasileiras. A expectativa é que todas as partes envolvidas tenham a oportunidade de expor seus argumentos e que a justiça seja feita em relação às consequências do rompimento da barragem de Mariana.