A negociação causou revolta entre os moradores e empresários locais, que questionam a condução do processo pelo governo estadual e levantam dúvidas sobre a documentação apresentada. O Conselho Comunitário de Jericoacoara emitiu uma nota alegando que os moradores são posseiros de longa data e que as terras públicas foram arrecadadas pelo estado há 26 anos, sem que a família de Iracema tenha reclamado anteriormente.
O conselho também expressou preocupação com a antiguidade dos documentos apresentados e afirmou que pretende realizar uma análise independente da documentação. Além disso, sugeriram que o governo estadual poderia ter optado por indenizar a empresária em vez de ceder parte das terras de Jericoacoara.
O Conselho Empresarial de Jericoacoara também manifestou sua insatisfação com o acordo, argumentando que a área em questão faz parte do conjunto paisagístico e ambiental da vila e que a decisão pode impactar negativamente o turismo local. Eles afirmaram ter procurado a Promotoria e estão dispostos a levar o caso à Justiça caso não obtenham sucesso em sua manifestação dentro do prazo concedido pela PGE-CE.
Em resposta, a Procuradoria-Geral do Estado defendeu o acordo como uma forma de proteger as famílias que residem na região, evitando que fossem obrigadas a sair de suas casas e estabelecimentos. A PGE ressaltou que a empresária ainda deve cumprir as normas ambientais e as restrições municipais para construções, mesmo com o reconhecimento de seu direito de propriedade.
O caso envolvendo a posse das terras em Jericoacoara segue em meio a polêmicas e promete gerar mais desdobramentos nos próximos dias, com a possibilidade de intervenção do Ministério Público e até mesmo disputas judiciais no futuro. O acordo firmado pela Procuradoria-Geral do Estado continua sendo alvo de críticas e questionamentos por parte dos moradores e empresários locais, que lutam para proteger o patrimônio e a comunidade de Jericoacoara.
