Estudo aponta caminho para energia brasileira reduzir em 80% emissões de gases do efeito estufa até 2050, aponta Observatório do Clima.

Um estudo recentemente divulgado pelo Observatório do Clima trouxe à tona um panorama animador para o setor energético brasileiro. Segundo a pesquisa, é possível reduzir em até 80% as atuais emissões de gases do efeito estufa até 2050, desde que sejam implementadas uma série de medidas estratégicas.

Essas medidas incluem a eliminação dos subsídios governamentais aos combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão mineral, bem como mudanças significativas na Petrobras e no modelo de desenvolvimento energético do país. Caso essas ações sejam efetivadas, o Brasil poderá reduzir suas emissões de dióxido de carbono equivalente no setor de energia para 102 milhões de toneladas em 2050, em comparação com os 558 milhões de toneladas projetadas caso as medidas não sejam adotadas.

De acordo com Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, tais iniciativas colocariam o Brasil em uma posição privilegiada, tornando-o a primeira grande economia do mundo a sequestrar mais gases de efeito estufa do que emite. Isso representaria um marco significativo no combate às mudanças climáticas.

As diretrizes propostas no estudo envolvem uma maior inserção de energias renováveis no setor elétrico, como solar e eólica, juntamente com o desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde e mais investimentos em biocombustíveis. Além disso, destacam a necessidade de redirecionar os subsídios atualmente destinados aos combustíveis fósseis para a transição energética.

A pesquisa também ressalta a importância de transformar a Petrobras em uma empresa de energia com investimentos em fontes de baixo carbono, o que requer uma redução gradual da produção de petróleo. Essas mudanças não apenas contribuiriam para uma economia de baixo carbono, mas também permitiriam a superação da pobreza energética e a correção de injustiças sociais.

No entanto, o relatório alerta para os possíveis impactos socioambientais da transição para fontes renováveis, como a mineração de metais estratégicos, destacando a importância de políticas que reduzam esses impactos e promovam uma relação mais harmoniosa com as comunidades locais. A justiça climática e a participação ativa das comunidades afetadas são fundamentais para garantir que a transição energética seja equitativa e sustentável.

Em resumo, o estudo do Observatório do Clima traz não apenas soluções promissoras para o setor energético brasileiro, mas também chama a atenção para a necessidade de uma transição justa e socialmente responsável para uma economia de baixo carbono. A implementação dessas medidas pode representar um passo significativo na direção de um futuro mais sustentável e resiliente para o Brasil e o planeta como um todo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo