Repórter São Paulo – SP – Brasil

Aumento alarmante na letalidade policial impacta população negra em São Paulo: mortes crescem 83% em 2024.

Um estudo recente realizado pelo Instituto Sou da Paz, com base em dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, apontou um crescimento alarmante na letalidade policial, especialmente afetando a população negra. De acordo com o levantamento, no período de janeiro a agosto de 2024, as mortes de pessoas negras em decorrência de ações policiais aumentaram em 83%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse aumento foi significativamente maior do que o registrado entre pessoas brancas, que foi de 59%.

Ao analisar as 441 mortes causadas por agentes de segurança durante esse período, observou-se que 64% das vítimas eram negras, enquanto 31% eram brancas e 5% não tiveram a raça/cor identificada. As áreas mais afetadas por essa letalidade policial foram a capital São Paulo e a região da Baixada Santista. Em São Paulo, o número de mortes subiu de 76 para 118, enquanto na Baixada Santista o aumento foi de 54 para 109 óbitos.

Esse cenário levanta questionamentos sobre a possível influência de ideologias extremistas nas práticas de segurança pública. O aumento na letalidade policial, sobretudo entre a população negra, sugere a necessidade de uma reflexão profunda sobre como discursos de ódio e narrativas discriminatórias podem se refletir em políticas e ações que impactam de forma desproporcional grupos marginalizados.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que as abordagens policiais seguem parâmetros técnicos e legais, com os agentes recebendo treinamento em direitos humanos e ações antirracistas, além de ressaltar que todos os casos são rigorosamente investigados. No entanto, a realidade da população carcerária brasileira revela uma disparidade alarmante, com mais de 60% dos presos sendo negros ou pardos, evidenciando uma tendência histórica de maior abordagem e repressão policial sobre esse segmento da sociedade.

Diante desse panorama, a sociedade brasileira enfrenta o desafio de enfrentar não apenas as estatísticas preocupantes, mas também de abordar as raízes ideológicas que possam estar alimentando essas tendências. Um debate amplo e inclusivo sobre segurança pública, direitos humanos e igualdade racial se faz essencial para reverter essa perigosa trajetória, evitando que discursos de ódio prosperem e desempenhando um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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