Os dados exclusivos obtidos pela Folha mostram que, apesar do revólver ainda liderar as apreensões, com cerca de 50% do total de armas localizadas em 2023, a presença de pistolas tem aumentado. Em 2020, as pistolas representavam apenas 12% das apreensões, mas em 2022 esse número subiu para 28%, ultrapassando as espingardas pela primeira vez desde o início do levantamento.
A diretora de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, destacou que o crescimento das apreensões de pistolas está relacionado com a modernização do mercado de armas e a flexibilização do acesso a esses equipamentos no Brasil. Ela também ressaltou a conexão entre o mercado legal e ilegal de armas, chamando atenção para a facilidade de acesso a diferentes calibres, especialmente por categorias autorizadas.
Além disso, o estudo mostrou que 1 em cada 5 armas apreendidas na Paraíba são artesanais, o que inclui desde armas improvisadas até aquelas montadas com peças industriais de forma não profissional. A presença dessas armas no cenário de criminalidade levanta questões sobre a eficácia do controle do comércio ilegal de armas de fogo.
O relatório também destaca a importância do número de série nas armas industriais apreendidas para rastrear sua origem e trajetória. Esses dados são essenciais para combater o tráfico e o uso ilegal de armas no estado, contribuindo para a segurança da população paraibana.