Repórter São Paulo – SP – Brasil

Nova bateria de análises será realizada após ausência de infecção por HIV em doadores de órgãos, aponta Hemorio em investigação.

Na última semana, o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), ligado à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), divulgou análises preliminares em que nenhuma infecção por HIV foi encontrada em amostras de 288 doadores de órgãos. No entanto, mesmo com esse resultado, o Hemorio decidiu realizar uma nova bateria de testes devido à gravidade da situação.

Em comunicado oficial, a SES informou que, apesar da ausência de infecções detectadas nas análises preliminares, a direção do Hemorio optou por uma segunda rodada de testes em todas as amostras para garantir a segurança dos procedimentos. A preocupação com a segurança e a precisão no diagnóstico levaram à decisão de reanalisar todas as amostras de doadores.

Os resultados finais dos laudos serão emitidos ao final desta etapa de análises, que ainda está em andamento. As amostras dos doadores foram avaliadas pelo laboratório PCS Saleme, uma unidade privada localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Infelizmente, seis pacientes que receberam órgãos infectados por HIV em transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro foram contaminados pelo vírus.

Diante desse cenário, as autoridades locais e nacionais têm atuado para investigar e responsabilizar os envolvidos na contaminação. A Polícia Civil do Rio, a Polícia Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde abriram investigações para identificar os culpados.

Recentemente, na segunda fase da Operação Verum, a coordenadora técnica do laboratório PCS Saleme, Adriana Vargas dos Anjos, foi presa sob suspeita de envolvimento na emissão de laudos errados. A investigação aponta que a redução de custos no laboratório resultou em falhas operacionais nos testes, o que levou à contaminação dos pacientes transplantados.

O caso tem gerado repercussão e preocupação, colocando em xeque a segurança do sistema de transplantes no Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde reforçou que o Sistema Nacional de Transplantes é reconhecido internacionalmente como transparente e seguro, mas a contaminação por HIV em seis pacientes expõe fragilidades que precisam ser corrigidas.

Diante desse quadro preocupante, o Hemorio continua com as análises das amostras dos doadores de órgãos, buscando garantir a confiabilidade nos procedimentos e a segurança dos pacientes. As investigações em curso têm o objetivo de esclarecer as circunstâncias que levaram à falha detectada nos testes realizados e responsabilizar os envolvidos nesse grave episódio.

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