Mestranda da UFBA afirma: “O fascismo não é exclusivo da direita”; polêmica gira em torno do “Manifesto Traveco-Terrorista” e performance na UFMA.

A polêmica gerada em torno da mestranda da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Tertuliana Lustosa, de 28 anos, tem dividido opiniões e levantado debates sobre a relação entre activismos de esquerda e direita. Em seu “Manifesto Traveco-Terrorista”, a cantora e autora defende que o fascismo não é exclusivo da direita, destacando a instrumentalização de sua própria existência como travesti para disseminar o pânico moral entre os ultraconservadores.

A performance de Tertuliana na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em que rebolava com as nádegas à mostra durante o seminário “Dissidências de Gênero e Sexualidades”, foi o estopim para críticas tanto da direita, representada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), quanto de setores da esquerda. A UFMA emitiu nota afirmando que está averiguando o ocorrido e tomará as providências cabíveis, classificando a canção como inapropriada para o debate acadêmico-científico.

Enquanto a mestranda se defende das acusações de alimentar narrativas conservadoras, destacando a hipocrisia de setores da esquerda que incorporam elementos do fascismo, Nikolas Ferreira se posicionou afirmando que acionará a Procuradoria-Geral da República para investigar o caso e pretende discuti-lo na Comissão de Educação da Câmara.

No “Manifesto Traveco-Terrorista”, Tertuliana explora conceitos da pedagogia libertadora e propõe debates sobre gênero, sexualidade e arte. A pesquisa da mestranda tem alcançado grande visibilidade, refletida em um aumento significativo de seguidores em suas redes sociais. Além disso, ela revela que possui uma outra fonte de renda na plataforma de conteúdo adulto.

Apesar dos ataques sofridos, Tertuliana mantém-se firme em seu propósito e expressa felicidade ao ver que seu trabalho está impactando tantas pessoas. A mestranda, que escolheu o nome de Tertuliano inspirada no livro “O Homem Duplicado”, de José Saramago, destaca a importância de trazer à tona debates essenciais sobre gênero, corpos e prazer. A polêmica em torno de sua performance evidencia a complexidade das relações entre os diferentes espectros políticos e a necessidade de ampliar o diálogo e o respeito às diversas formas de expressão.

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