A situação de Santana reflete um cenário mais amplo documentado por especialistas, que apontam Nova Holanda como uma das favelas mais impactadas pelas ilhas de calor na Maré, de acordo com um estudo recente. Além dos problemas de saúde causados pelo calor excessivo, as chuvas também representam uma preocupação para a comunidade, com o risco de inundações cada vez maiores devido às mudanças climáticas.
O estudo realizado pela WayCarbon em parceria com a ONG Redes da Maré analisou os riscos e vulnerabilidades climáticas do Complexo da Maré, alertando para a necessidade de medidas de adaptação. Entre as recomendações dos especialistas estão a recuperação dos manguezais na região, a implementação de áreas verdes nos telhados das casas e a utilização de cores refletivas nas moradias.
Outros moradores da Maré, como o coordenador da Redes da Maré, Maurício Dutra, e a universitária Jéssica Jardim, destacam a dificuldade de enfrentar os altos índices de calor na região, com temperaturas de até 6°C acima do registrado em outras áreas da cidade. A falta de segurança energética também impede que muitos moradores utilizem medidas de adaptação, como ar-condicionado, aumentando os desafios enfrentados pela comunidade.
Diante desse panorama, tanto o governo do Rio de Janeiro quanto a Prefeitura da cidade destacam ações e programas em andamento para lidar com os impactos das mudanças climáticas na região. Ambos ressaltam a importância da prevenção de desastres climáticos e a implementação de medidas de adaptação para proteger as comunidades vulneráveis, como o Complexo da Maré.
