Os objetos encontrados, datados do final do século XIX, estão sendo associados a práticas religiosas da cultura afro-brasileira. Entre os achados estão conchas marinhas, cachimbos de cerâmica e madeira, bonecos de arame ligados ao orixá Exu e um fio de contas depositado no solo ao lado de artefatos em ferro. Esses artefatos sugerem a presença de um local de práticas religiosas, como um terreiro.
Luciana Araújo, moradora do Bixiga e membro do Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai, destacou a importância de preservar as estruturas construtivas e os artefatos ligados à religiosidade encontrados nas escavações. Ela enfatizou a necessidade de realizar pesquisas adequadas para identificar e preservar esses achados, ressaltando a importância histórica e cultural que podem trazer para a sociedade.
A descoberta do sítio arqueológico em junho de 2022, no local onde antes ficava a quadra da escola de samba Vai-Vai, aponta para a existência de um templo afro-religioso prévio à urbanização da região. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está acompanhando de perto as escavações e estudos dos artefatos encontrados.
O empreendimento do Metrô Saracura tem sido alvo de debates sobre a preservação do patrimônio cultural e arqueológico encontrado durante as obras. O Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai e outros grupos defendem a compatibilização entre a execução das obras do Metrô e a preservação do patrimônio histórico, cultural e religioso da região.
A importância desses achados vai além do valor histórico e cultural, podendo contribuir para um maior entendimento sobre a urbanização da cidade de São Paulo e seu desenvolvimento ao longo dos anos. A preservação e o estudo desses artefatos podem enriquecer o conhecimento sobre a história e a diversidade cultural da região.