Nove anos após o rompimento da barragem de Fundão, que resultou na morte de 19 pessoas e no despejo de milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente, um acordo está prestes a ser selado. A barragem pertencia à Samarco, uma joint-venture formada pelas empresas BHP e Vale.
As negociações foram realizadas sob sigilo de Justiça, mas alguns detalhes do acordo foram adiantados por autoridades nos últimos dias. De acordo com Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, o foco principal do acordo foi priorizar as pessoas atingidas, a recuperação do meio ambiente e a implementação de um programa para impulsionar a economia na região afetada.
O montante total acordado é de cerca de R$ 167 bilhões, dos quais R$ 100 bilhões serão pagos pelas mineradoras ao longo de 20 anos. Deste valor, 40% serão destinados às pessoas afetadas, 25% ao meio ambiente e 15% para projetos de retomada econômica. Além disso, parte dos recursos será direcionada para melhorias na infraestrutura da região, como saneamento básico e obras em rodovias.
O acordo prevê também a criação de um fundo, gerido por entidades da sociedade civil e pelo BNDES, para definir a destinação de cerca de R$ 5 bilhões. Enquanto isso, os municípios afetados têm a opção de aderir ou não ao acordo, embora estejam também envolvidos em um processo na Justiça britânica que busca indenização de R$ 260 bilhões.
Por fim, as mineradoras esperam que este acordo fortaleça o argumento das empresas para encerrar a ação judicial na Inglaterra. Com a assinatura prevista para ocorrer nesta sexta-feira, 25 de novembro, é um marco importante no longo processo de reparação e justiça após a tragédia de Mariana.