Lei do Pacote Antifeminicídio é sancionada e endurece penas para crimes contra as mulheres, com destaque para gestantes e idosas.

Recentemente, a preocupação com o feminicídio tem sido cada vez mais evidente na sociedade. Este tipo de crime, caracterizado pelo assassinato de mulheres unicamente por sua condição de gênero, revela as relações de poder assimétricas ainda presentes em nossa sociedade. A promotora de Justiça, Celeste Leite dos Santos, destaca que o feminicídio é enraizado em estruturas patriarcais que negam às mulheres o direito à segurança física e mental.

A lei 14.994/2024, conhecida como “Pacote Antifeminicídio”, sancionada recentemente, endureceu a política criminal ao contemplar penas de 30 a 40 anos de reclusão para os crimes de feminicídio. A nova legislação também prevê penas mais severas em casos específicos, como quando a vítima está grávida, menor de 14 anos ou maior de 60 anos.

Além disso, o “Pacote Antifeminicídio” aborda medidas para combater a violência contra a mulher em suas diferentes formas, como o aumento da pena para violações de medida protetiva e a possibilidade de transferência do agressor para um presídio em local distinto da residência da vítima.

No entanto, apesar dos avanços significativos com a promulgação desta lei, ainda há muito a ser feito. O Brasil precisa adotar políticas complementares, como o Estatuto da Vítima, que garantem direitos básicos às mulheres em situação de vulnerabilidade decorrente da violência.

A desigualdade de gênero é apontada como causa subjacente da violência contra a mulher e do feminicídio. É necessário que o Estado brasileiro desenvolva políticas públicas que ataquem a raiz do problema e não apenas endureçam as leis. A luta contra o feminicídio exige uma abordagem proativa e o reconhecimento da subvalorização das mulheres em nossa sociedade como um problema inaceitável e inafiançável.

Celeste Leite dos Santos, presidente do Instituto Brasileiro de Atenção Integral à Vítima (Pró-Vítima) e promotora de Justiça em Último Grau do Colégio Recursal do Ministério Público (MP) de São Paulo, ressalta a importância de enfrentar o feminicídio e a violência de gênero com medidas abrangentes e eficazes.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo