O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, destacou a importância da colaboração entre povos indígenas, empresas, instituições financeiras, autoridades locais e regionais, sociedade civil, mulheres, jovens e meio acadêmico para atingir esse objetivo. Esta será a primeira COP da Biodiversidade realizada após a criação do Marco Global de Kunming-Montreal (GBF), assinado por 196 países em dezembro de 2022, durante a última reunião conduzida pela China no Canadá. O GBF estabelece 23 metas a serem alcançadas até 2030 visando à regeneração da vida na Terra.
No âmbito brasileiro, a COP-16 promete debates sobre a alinhamento da Estratégia e Plano de Ação Nacional para a Biodiversidade (NBSAP) com o GBF. A versão brasileira, vigente de 2010 a 2020, tratava das Metas de Aichi, aprovadas na COP-10, realizada no Japão. A secretária nacional de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Rita Mesquita, ressaltou o adiantado estágio da proposta de atualização das políticas públicas brasileiras em conformidade com os compromissos internacionais.
Outro ponto de destaque na COP-16 será o debate sobre o financiamento para a conservação da biodiversidade. O Marco Global de Kunming-Montreal estipula a necessidade de US$200 bilhões anuais para essa finalidade, porém, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que apenas 23% das metas de financiamento foram cumpridas no primeiro semestre deste ano.
Além disso, a eficiência do Fundo do Marco Global para a Biodiversidade (GBFF), gerido pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), e a criação de um mecanismo multilateral para garantir a distribuição justa dos benefícios gerados a partir de recursos genéticos também estão na pauta de discussões da conferência. Assim, a COP-16 promete ser um importante marco na busca por soluções efetivas e colaborativas para a preservação da biodiversidade global.