O artigo em questão, publicado em janeiro de 2023, tratava da descoberta de uma quarta membrana envolvendo o cérebro, chamada Slym, que se somava às conhecidas dura-máter, aracnoide e pia-máter. No entanto, mesmo tendo realizado ensaios cruciais que levaram à detecção da Slym, o nome de Anna Xavier foi excluído da lista de autores. Investigação posterior revelou que a chefe de Xavier na época, Maiken Nedergaard, foi responsável por essa exclusão injusta.
O Comitê de Práticas da Universidade de Copenhague reconheceu o prejuízo causado a Xavier nesse caso, destacando as práticas questionáveis de Nedergaard ao não creditar a bióloga por seu trabalho. Xavier argumentou que merecia dividir a primeira autoria do artigo com um ex-reitor com quem colaborou diretamente na descoberta, recusando-se a dividir a autoria com outros três autores que não tiveram participação central nos experimentos iniciais.
Apesar das tentativas de negociação e resolução do impasse, o artigo foi aceito pela Science sem o nome de Xavier, que soube de sua exclusão apenas por terceiros. A falta de flexibilidade por parte de Nedergaard e a exclusão de Xavier sem aviso prévio foram duramente criticadas pelo Comitê. Além disso, a contribuição da bióloga não foi nem mesmo reconhecida na seção de agradecimentos do artigo.
Atualmente, Anna Xavier deixou o cenário acadêmico e trabalha em uma empresa dinamarquesa de energia, dedicando-se ao controle de qualidade utilizando métodos que não estão relacionados à sua especialidade em biologia. Apesar de tudo, ela não se arrepende de ter deixado a pesquisa científica, mas lamenta a falta de um ambiente saudável para seu desenvolvimento nesse campo.