Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil chega à COP16 da ONU sem submeter metas e plano nacional para crise ambiental, frustrando ambientalistas e sociedade civil.

O Brasil, país mais biodiverso do mundo, chega à COP16, a convenção da biodiversidade da ONU, com um impasse que preocupa ambientalistas e observadores internacionais. O país não submeteu suas metas e seu plano nacional de ação para lidar com a crise que ameaça espécies e ecossistemas a tempo do encontro.

A Estratégia e Plano de Ação Nacional para a Biodiversidade (Epanb) do Brasil, construída com a participação de ministérios e da sociedade civil, está praticamente finalizada, mas não foi aprovada a tempo da COP16. Esse atraso foi considerado um sinal negativo para ambientalistas, principalmente em um cenário em que o Brasil busca se firmar como uma potência ambiental e sediar a COP30, em Belém, em 2025.

A demora na submissão das metas gerou frustração entre os especialistas. Michel Santos, gerente de políticas públicas do WWF-Brasil, expressou essa frustração ao mencionar que o país não cumpriu o compromisso de apresentar a Epanb antes do encontro. Porém, o governo brasileiro tem se esforçado para dar peso político à COP16, planejando até a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações finais.

A secretária de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Rita Mesquita, minimizou o não envio do plano brasileiro, ressaltando que o país terá uma agenda intensa na conferência. Ela destacou o processo de construção das metas brasileiras e elogiou a versão preliminar do documento.

No entanto, a falta de submissão das metas não é um problema exclusivo do Brasil. A maioria das nações, incluindo a Colômbia, país anfitrião do encontro, também não apresentará seus planos nacionais para a proteção da biodiversidade. A celeridade na definição e implementação das estratégias é crucial para o sucesso das propostas, principalmente após o estabelecimento de 23 metas globais de biodiversidade na COP15, no Canadá.

Com diversos pontos em debate e a preocupação com a segurança dos participantes devido a ameaças de grupos dissidentes na Colômbia, a COP16 promete ser um evento conturbado e crucial para o futuro da proteção da biodiversidade no mundo. O financiamento, as metas e a cooperação internacional serão temas centrais das negociações, onde o Brasil busca manter seu protagonismo na agenda ambiental global.

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