Feminicídio no Brasil: a realidade por trás dos números e o drama das vítimas invisíveis em novo relatório da ONU

No Brasil, a cada dia, quatro mulheres são brutalmente assassinadas, de acordo com o mais recente relatório da ONU, do ano de 2023. O país se encontra em 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Embora os dados não sejam novos, são poucos os casos que geram comoção nacional.

Regina Jardim, aos 47 anos, viu sua vida mudar drasticamente quando perdeu sua filha mais velha, Priscilla, em um crime cometido pelo ex-namorado, que a matou com cinco tiros. Foi nesse momento que ela percebeu o quão comum e alarmante era esse tipo de crime no Brasil. Chocada com essa realidade pouco abordada, em 2007, Regina criou o projeto “Quem Ama, Liberta”, um memorial que conta com fotos e breves histórias de todas as vítimas de feminicídio que ela consegue encontrar. Em 17 anos de dedicação, Regina já registrou os casos de mais de 20 mil mulheres.

Recentemente, Regina compartilhou as histórias de diversas vítimas, como Gabriela, Regina, Marinez, Cristiane, Kelly, Laiz e Estefânia. Através de seu projeto, ela busca não apenas mostrar os números alarmantes, mas também colocar rostos e histórias por trás das estatísticas.

Regina, que agora tem 64 anos e está aposentada, se dedica diariamente a dar visibilidade às vítimas do feminicídio. Ela busca informações em jornais, portais online e blogs, além de contar com parceiros em sua jornada. Seu projeto avançou com o tempo, inicialmente mostrando apenas imagens de flores e registros das vítimas, mas ganhando mais visibilidade ao incluir fotos.

Através de suas ações, Regina busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade do feminicídio no país. Ela ressalta que a educação e a discussão são fundamentais para mudar essa realidade, pois apenas aumentar as penas não resolve o problema. Suas palavras carregam o peso da dor e da luta de uma mãe que perdeu sua filha para a violência de gênero, e que agora busca justiça e conscientização para evitar que mais mulheres se tornem vítimas.

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