Essa disparidade nos índices de crescimento entre homens e mulheres reflete diretamente na redução da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. A contribuição das mulheres para o mercado de trabalho formal é evidente, porém, em números absolutos, as novas vagas com carteira assinada ainda são predominantemente ocupadas por homens. Além disso, as estatísticas revelam que o salário médio dos homens permanece superior ao das mulheres.
O estudo “Quais os grupos mais beneficiados com o bom desempenho do mercado de trabalho em 2024?”, realizado pelas pesquisadoras Janaína Feijó e Helena Zahar do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), aponta que o mercado de trabalho tem apresentado um desempenho positivo nos últimos oito meses, com geração de empregos formais acima das expectativas e aumento da média salarial.
Em termos quantitativos, o número de novos postos de trabalho formais para homens aumentou de 841.273 em 2023 para 926.290 em 2024, representando um crescimento de 10,1%. Já para as mulheres, esse número passou de 551.237 em 2023 para 800.269 em 2024, com um crescimento de 45,18%. Mesmo com essa evolução, a maioria das vagas criadas ainda é ocupada por homens.
A pesquisa ainda ressalta que houve um incremento na participação das mulheres no mercado de trabalho em segmentos como “Vendedores e prestadores de serviços do comércio” e “trabalhadores de atendimento ao público”. No entanto, a disparidade salarial entre homens e mulheres ainda é notável, com as mulheres recebendo em média 10% a 11% a menos do que os homens.
Os dados analisados com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam um saldo positivo de 232.513 empregos formais no mês de agosto de 2024, representando um crescimento de 5,8% na criação de vagas em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora haja avanços, ainda é necessário um esforço contínuo para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho.