Branqueamento de corais atinge nível recorde e preocupa pesquisadores, alerta Noaa aos efeitos das mudanças climáticas.

O mundo enfrenta um dos maiores desafios ambientais já registrados: o branqueamento em massa dos recifes de coral ao redor do mundo. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) dos Estados Unidos, desde fevereiro de 2023, o planeta tem testemunhado o mais extenso fenômeno de branqueamento já registrado, afetando 77% das áreas de recifes de coral nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

Esse alarmante cenário é resultado do aumento das temperaturas oceânicas devido às mudanças climáticas. O estresse térmico tem levado os corais a expulsar as algas coloridas de seus tecidos, levando ao branqueamento e tornando os corais vulneráveis à fome e doenças. Isso impacta diretamente a biodiversidade marinha e ameaça a sobrevivência desses importantes ecossistemas.

O coordenador do programa de vigilância de corais da Noaa, Derek Manzello, destacou que o evento de branqueamento atual está se expandindo rapidamente e já superou os registros anteriores em extensão. Estima-se que pelo menos 14% dos corais do mundo tenham morrido nos eventos anteriores de branqueamento em massa.

Apesar dos esforços para conter o problema, o branqueamento continua se intensificando. Países como Palau, Guam e Israel recentemente confirmaram casos de branqueamento, enquanto o estresse térmico permanece elevado em regiões como o Caribe e o Mar da China Meridional. A situação é tão preocupante que os cientistas convocaram uma sessão de emergência na COP16 para discutir estratégias de proteção dos recifes de coral.

O impacto do branqueamento em massa dos corais vai além da perda da biodiversidade marinha. Estima-se que os recifes forneçam cerca de US$ 2,7 trilhões em bens e serviços anualmente. Por isso, ações urgentes são necessárias para evitar a extinção funcional desses ecossistemas vitais.

O futuro dos recifes de coral depende das medidas que serão adotadas tanto a nível global quanto local. Com a possibilidade de um novo recorde de calor em 2024, os cientistas alertam para a urgência de proteger esses importantes habitats marinhos antes que seja tarde demais. A colaboração entre governos, organizações e a sociedade civil é essencial para reverter esse quadro preocupante e garantir a preservação dos recifes de coral para as futuras gerações.

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