Desse montante, a Samarco, empresa controlada pela Vale e BHP, já desembolsou R$ 38 bilhões em remediações e compensações. Além disso, a empresa terá que pagar mais R$ 32 bilhões em indenizações individuais, reassentamentos e recuperação ambiental. Os R$ 100 bilhões restantes serão pagos ao longo de 20 anos aos governos federal e de Minas Gerais, bem como às prefeituras dos municípios atingidos, para financiar programas e ações compensatórias vinculadas a políticas públicas.
A Vale ressaltou que os termos do acordo buscam garantir uma resolução justa e eficaz para todas as partes envolvidas, especialmente para as pessoas, as comunidades e o meio ambiente impactados. A empresa também destacou que o fechamento do acordo era uma prioridade para o novo presidente, Gustavo Pimenta, que assumiu o cargo prometendo melhorar a relação da Vale com os governos.
A demora na solução do acordo foi alvo de críticas do governo Lula, que tentava influenciar no processo de sucessão do presidente anterior da Vale. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a reclamar das dificuldades de negociação com uma empresa “acéfala”. A Vale informou que o acordo final ainda depende da celebração de termos e condições, assim como da aprovação e assinatura pelas partes envolvidas, incluindo seu conselho de administração.
A tragédia de Mariana, que ocorreu com o rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco, provocou 19 mortes e um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo. Na próxima segunda-feira (21), um megajulgamento em Londres levará a BHP para o banco dos réus, em um processo que se anuncia longo e complexo.
