O estudo realizado pelo oceanólogo e diretor-geral da Oceana, Ademilson Zamboni, visa conscientizar sobre a gravidade desse problema e impulsionar a necessidade de uma mudança urgente no atual modelo de produção e descarte de plástico. O impacto dessa poluição já é observado nos ecossistemas marinhos, prejudicando mais de 200 espécies, das quais 85% estão em risco de extinção.
Os pesquisadores constataram que 1 em cada 10 animais marinhos morreu devido à ingestão de plástico, sofrendo consequências como desnutrição e diminuição da imunidade após a exposição a substâncias químicas nocivas. A contaminação por plástico foi identificada em diversas espécies, como tartarugas, peixes amazônicos, moluscos e outras formas de vida marinha.
O relatório também ressalta a preocupação com a ingestão de plástico pelas tartarugas marinhas, com um índice de 70% a 100% de ingestão entre os indivíduos estudados. Além disso, a presença de microplásticos em peixes e moluscos indica que o consumo humano dessas espécies pode representar uma via de contaminação.
Diante desse cenário alarmante, a Oceana e os pesquisadores recomendam ao Poder Público investimentos em pesquisa e desenvolvimento, promoção de alternativas ao plástico e a criação de uma legislação específica para regular a produção e o descarte de plásticos, principalmente os descartáveis. A atuação para diminuir o volume de resíduos plásticos despejados no mar é urgente e essencial para proteger a vida marinha e a saúde dos ecossistemas marinhos.