Outro dado relevante da pesquisa é que 76% da população considera que o celular traz mais prejuízos do que benefícios ao aprendizado de crianças e adolescentes. Esse percentual sobe para 78% quando consideramos apenas os pais de crianças. Essa preocupação se reflete no apoio à proibição nas escolas, que é maior entre aqueles com maior escolaridade, chegando a 69% entre os que estudaram até o ensino superior.
Curiosamente, a preocupação com os efeitos negativos do celular no aprendizado une até mesmo eleitores de espectros políticos opostos. Tanto entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva quanto entre os que escolheram Jair Bolsonaro, o apoio à proibição do aparelho nas escolas é significativo.
O debate sobre o uso de celulares nas escolas ganha ainda mais relevância diante dos crescentes problemas de saúde física e mental relacionados ao uso excessivo desses dispositivos, como depressão, ansiedade e vício em jogos online. O governo federal, de olho nessa questão, está preparando um projeto de lei para proibir o uso de celulares por alunos nas escolas públicas e privadas do país.
Ações semelhantes já estão em discussão em outros estados, como São Paulo, onde um projeto de lei para banir o uso de celulares nas escolas já está em tramitação avançada e angariou apoio de deputados de diferentes espectros políticos. A necessidade de promover uma relação saudável e crítica com as mídias, mesmo diante da proibição do celular, tem sido uma preocupação crescente entre os educadores e deve ser contemplada nas propostas em discussão.
Em meio a esse cenário, o uso pedagógico do celular também deve ser considerado, permitindo exceções sob autorização do professor. No entanto, a discussão sobre o banimento do celular nas escolas está longe de ser encerrada e promete gerar debates intensos nos próximos meses.