De acordo com Bruno Perez, diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, a nova fundação representa uma ameaça à autonomia da instituição e à confiabilidade das pesquisas realizadas. Para Perez, a criação da fundação de forma sigilosa, sem consulta prévia aos funcionários, é vista como um processo de privatização. Ele ressalta que a estabilidade dos funcionários é essencial para garantir a produção de dados confiáveis, especialmente aqueles que possam gerar desconforto para os governantes, como índices de desemprego e inflação.
Além da questão da IBGE+, os trabalhadores também manifestaram insatisfação com a possível mudança da unidade localizada na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, para o prédio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) na região do Horto. Essas e outras decisões tomadas pela presidência são descritas como autoritárias pelo sindicato, que acusa Marcio Pochmann de não dialogar com os funcionários.
Diante da falta de diálogo, os trabalhadores cogitam a realização de uma greve por mais dias, a ser decidida em uma assembleia marcada para a próxima semana. Em resposta ao movimento de paralisação, a direção do IBGE alegou não ter sido oficialmente avisada e que soube da greve apenas pela imprensa. A nota ainda ressaltou a importância de respeitar a Lei de Greve e garantiu o compromisso do órgão em zelar pelas relações democráticas no ambiente de trabalho.
Sobre as críticas à IBGE+, a direção do instituto emitiu uma nota na qual justifica a necessidade de reorganizar as relações com o setor privado devido às limitações orçamentárias. A nova fundação, segundo o IBGE, permitirá o recebimento de recursos para projetos em parceria com ministérios e autarquias, possibilitando a realização de pesquisas até então inviáveis devido a restrições legais.