Repórter São Paulo – SP – Brasil

Silas Malafaia critica Pablo Marçal em campanha e reforça estigma da saúde mental no Brasil.

O líder evangélico Silas Malafaia tem se destacado por suas manifestações contra a ascensão política de Pablo Marçal. Durante o primeiro turno da campanha para prefeito em São Paulo, Malafaia produziu quase 40 vídeos denunciando o candidato do PTRB. Essa disputa entre dois evangélicos em público tem causado incômodo, mas o problema vai além disso.

O pastor, que também é psicólogo, tem utilizado termos da saúde mental de maneira imprudente ao se referir a Marçal como psicopata, sociopata, bipolar e narcisista. Ao fazer isso, Malafaia reforça estereótipos em torno dos transtornos mentais, contribuindo para a stigmatização e o preconceito contra indivíduos com diagnósticos psiquiátricos.

O Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022 da OMS evidenciou que estigmas, preconceitos e violações de direitos humanos contra pessoas com problemas psíquicos são comuns em todo o mundo. Esses fatores dificultam a busca por ajuda e reforçam a ideia de fragilidade associada aos transtornos mentais.

A psicofobia, termo cunhado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, descreve exatamente esse estigma que persiste e promove o medo e segregação de pessoas com transtornos mentais. Ao chamar Marçal de sociopata ou psicopata como forma de invalidá-lo, Malafaia contribui para a criação de barreiras em relação a diagnósticos como o Transtorno de Personalidade Antissocial.

É crucial desmistificar a visão distorcida sobre os transtornos mentais. Com tratamentos adequados, a maioria das pessoas pode levar vidas funcionais. O conhecimento e a informação são fundamentais para combater o estigma e a psicofobia. O livro “Sociopata: Minha História”, de Patric Gagne, por exemplo, ajuda a desmitificar equívocos em torno da sociopatia e demonstra que as pessoas com transtornos mentais não são monstros e podem desfrutar de bem-estar.

Portanto, é essencial que lideranças como Silas Malafaia tenham responsabilidade ao abordar temas sensíveis relacionados à saúde mental, evitando contribuir para a disseminação de preconceitos e estigmas que afetam tantas pessoas em todo o mundo. A informação e a conscientização são as melhores armas contra a psicofobia.

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