O motivo da punição foi a concessão de liberdade a um policial militar condenado por corrupção, que havia recebido propina para ajudar pescadores da região a escaparem da fiscalização policial. Embora o policial tenha sido condenado a uma pena de três anos e dois meses em regime aberto, os desembargadores do TJM consideraram a decisão de Roth uma grave afronta à ordem superior de manter a prisão preventiva do réu.
A decisão de afastamento de Roth gerou polêmica nos bastidores do judiciário, com advogados defendendo que a punição foi injusta e desproporcional. Alguns chegaram a levantar a hipótese de que a decisão pudesse estar relacionada a questões pessoais, sendo Roth o único punido de forma severa em um caso que envolvia outros juízes.
Além disso, a controvérsia da decisão foi aumentada pelo fato de o relator do processo contra Roth ser Orlando Eduardo Giraldi, desembargador militar denunciado no CNJ pelo próprio juiz afastado por envolvimento em fraudes na Polícia Militar de São Paulo. Giraldi presidiu a instrução do processo, ouviu testemunhas e foi o primeiro a votar no julgamento que resultou no afastamento de Roth.
A defesa de Roth alega que a decisão foi baseada em critérios jurídicos e que o afastamento do juiz foi uma retaliação injusta por parte dos desembargadores. A situação ganhou ainda mais destaque pela relação conturbada entre Roth e Giraldi, que levou à alegação de suspeição do relator no processo.
Diante desse cenário conturbado, o afastamento do juiz Roth continua gerando discussões e questionamentos no meio jurídico, com a possibilidade de recurso ao CNJ para contestar a decisão. A punição aplicada ao magistrado levanta debates sobre a independência do judiciário militar e a imparcialidade nas decisões dos desembargadores.