Disputa política se intensifica após apagão que deixou 1,5 milhão sem energia elétrica em São Paulo, contrato da Enel é questionado.

O contrato da Enel em São Paulo tem gerado uma disputa política intensa após um temporal no dia 11 de outubro deixar mais de 1,5 milhão de domicílios sem energia elétrica na região metropolitana. Mesmo três dias após o incidente, 537 mil imóveis ainda estavam sem fornecimento de luz, o que levou a um confronto entre o município, o estado e o governo federal.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, solicitou a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para romper o contrato com a Enel. Por outro lado, Guilherme Boulos, seu adversário nas eleições municipais, culpou a prefeitura pelo “caos” na capital paulista.

A empresa italiana, alvo de críticas devido a dois apagões anteriores em menos de um ano na cidade de São Paulo, tem visto sua reputação sendo questionada. Outros estados onde a Enel tem contratos também têm registrado problemas, como no Ceará, onde o Ministério Público instaurou um procedimento para investigar a possível piora no serviço prestado.

No centro do embate está a possibilidade de quebra do contrato de concessão da Enel antes do prazo estipulado, que vai até 2028. A Aneel, agência reguladora do setor elétrico, tem a prerrogativa de recomendar a caducidade da concessão em casos de descumprimento grave das obrigações contratuais pela empresa. Esse processo demanda tempo e análise técnica, não sendo uma ação simples ou rápida.

Até o momento, a Aneel tem conduzido uma investigação minuciosa sobre a atuação da Enel em São Paulo e afirmou que adotará medidas sancionatórias se forem constatadas falhas graves ou negligência na prestação do serviço. Ainda não há indícios de que a quebra do contrato ocorrerá antes de seu término, em 2028. A transparência e as ações da agência reguladora em relação às falhas da Enel serão fundamentais para esclarecer a situação e garantir a continuidade do serviço elétrico à população.

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