Essas mudanças climáticas têm impactado diretamente a agricultura na região. Com a soja sendo plantada mais tarde e a safrinha de milho não tendo tempo suficiente para se desenvolver plenamente, os produtores enfrentam perdas econômicas anuais significativas. Estima-se que, de 2006 a 2019, as perdas tenham chegado a US$ 1,03 bilhão na produção de soja e milho na Amazônia. Isso representa uma média de US$ 73 milhões em perdas por ano.
Os efeitos do desmatamento também foram observados em visitas a fazendas na região de Paragominas, no nordeste do Pará. Os produtores locais relatam perdas na produção devido ao clima, seja por seca ou por chuvas excessivas. Mesmo diante desses impactos, ainda existem aqueles que não reconhecem a relação entre o desmatamento e as mudanças climáticas.
Os pesquisadores alertam que, se o desmatamento não for contido, a atividade agrícola na Amazônia pode enfrentar uma descontinuidade no futuro. O aumento das temperaturas e as alterações nas chuvas podem comprometer a produção agrícola na região, levando a um cenário de “agrossuicídio”, onde a atividade agrícola se autossabota.
Diante desses desafios, os produtores buscam se adaptar, investindo em tecnologia e novas técnicas para melhorar a produtividade. No entanto, os pesquisadores ressaltam que é essencial combater o desmatamento e buscar soluções mais sustentáveis para garantir a continuidade da produção agrícola na Amazônia.
