A demolição das estradas foi uma forma de mostrar a crescente raiva da Coreia do Norte em relação ao governo conservador da Coreia do Sul. O líder norte-coreano, Kim Jong Un, prometeu romper relações com a Coreia do Sul e abandonar o objetivo de alcançar a unificação pacífica da península.
Analistas acreditam que é improvável que Kim inicie um ataque preventivo em larga escala contra a Coreia do Sul, devido ao receio de retaliação massiva por parte dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, o que colocaria em risco a sobrevivência de Pyongyang.
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul condenou as detonações realizadas pela Coreia do Norte como uma medida “altamente anormal” e “regressiva” que viola acordos anteriores entre os dois países.
Vídeos divulgados pelo Exército sul-coreano mostraram a explosão de estradas próximas à fronteira, com caminhões da Coreia do Norte trabalhando para limpar os escombros. Essa ação foi mais um exemplo do histórico da Coreia do Norte de encenar destruições coreografadas como uma mensagem política.
A ordem de Kim Jong Un para abandonar a unificação pacífica da península e designar a Coreia do Sul como o “principal inimigo invariável” do país surpreendeu muitos analistas, pois rompe com a política de seus antecessores.
Especialistas acreditam que Kim busca diminuir a influência da Coreia do Sul no impasse nuclear regional e buscar negociações diretas com os Estados Unidos. Além disso, ele pode querer reforçar o governo dinástico de sua família no país.
As tensões entre as Coreias aumentaram ainda mais com acusações da Coreia do Norte de que a Coreia do Sul estaria enviando drones para lançar panfletos de propaganda contra o regime norte-coreano. Seul se recusou a confirmar, mas alertou que a segurança dos sul-coreanos deve ser protegida.
As estradas e ligações ferroviárias, que foram construídas com materiais e equipamentos sul-coreanos, representam um valor de US$ 132,9 milhões. A Coreia do Sul destaca que a Coreia do Norte ainda deve pagar esse valor de volta.
Portanto, a situação entre as duas Coreias permanece tensa, com gestos simbólicos de raiva por parte da Coreia do Norte e a Coreia do Sul buscando manter a segurança de seus cidadãos diante das ameaças.
