Diante da pressão por respostas, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa planeja contratar 1.200 eletricistas próprios, uma promessa feita após a crise de 2023 e com prazo para ser concluída até março de 2025. No entanto, relatórios administrativos da concessionária mostram que o número de trabalhadores próprios cresceu apenas 10,6% do prometido, com um acréscimo de 127 profissionais.
Além disso, houve um aumento de 872 funcionários terceirizados nos quadros da empresa, totalizando um acréscimo de 6,4% na força de trabalho. Porém, a Enel não detalhou quantas contratações foram efetuadas até o momento e quantos profissionais foram demitidos, levantando questionamentos sobre a estabilidade dos colaboradores.
O sindicato dos eletricitários estimou que cerca de 60% dos profissionais da Enel são trabalhadores do setor operacional e destacou a diferença de experiência entre os eletricistas próprios e os terceirizados. Segundo o presidente do sindicato, a empresa terceirizada costuma manter apenas 20% de empregados antigos, enquanto o restante é rotativo e menos experiente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a primarização da mão de obra diante da crise, alegando que a resposta da Enel foi abaixo do esperado. O diretor-geral da Aneel também criticou a concessionária por não ter agilizado o envio de 2.500 agentes em campo para restabelecer o serviço, conforme previsto no plano de contingência.
Diante das críticas e da pressão, a Enel São Paulo reforçou que não reduziu a força de trabalho em campo e está incorporando novos profissionais para a operação até 2025. A empresa espera dobrar o número de colaboradores próprios para forte de trabalho operacional, visando evitar novos apagões e garantir um fornecimento de energia mais estável para a população.