16ª Cúpula do Brics define critérios para novos países associados; Brasil participará de reunião na Rússia para tratar do assunto

A 16ª Cúpula dos líderes do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está marcada para os dias 22 a 24 de outubro na cidade de Kazan, na Rússia. O principal ponto de discussão será a definição dos critérios para a adesão de novos países ao bloco como parceiros associados, modalidade diferente da mera adesão como membro pleno. Entre os critérios já estabelecidos estão a defesa da reforma das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança, e a necessidade de manter relações amigáveis com os membros atuais, como Rússia, China e Irã.

Segundo o Itamaraty, as negociações sobre esses critérios já estão em estágio avançado. O Brasil, representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotou a postura de não indicar países específicos, mas sim discutir os critérios e identificar quais nações se encaixam neles. O embaixador brasileiro Eduardo Paes Saboia ressaltou a importância da representação geográfica na escolha dos possíveis países associados.

A questão da dependência do dólar no comércio entre os membros do Brics também estará em destaque na cúpula. Haverá negociações para reduzir essa dependência através do fortalecimento de instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial. O Brasil, que assume a presidência do bloco no próximo ano, continuará as negociações para aumentar o uso das moedas nacionais dos países membros no comércio internacional.

A cúpula contará com a presença de líderes de 32 países, sendo 24 representados por chefes de Estado. Com o Brics concentrando cerca de 36% do Produto Interno Bruto global, superando o G7, o grupo das maiores economias do mundo, espera-se que as discussões na Rússia contribuam para fortalecer ainda mais a influência e cooperação entre os integrantes do bloco. Fundado em 2006 como Bric e posteriormente expandido para Brics com a inclusão da África do Sul em 2011, o bloco tem buscado se consolidar como uma força global emergente e uma voz proeminente nas discussões sobre governança internacional.

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