Variante XEC da Omicron detectada no Brasil: alerta para possível aumento da transmissibilidade e necessidade de monitoramento genômico.

Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, denominada XEC e pertencente à variante Omicron, foi identificada no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. A descoberta inicial foi feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras de dois pacientes diagnosticados com covid-19 na capital fluminense em setembro. O Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, reconhecido como referência para o Sars-CoV-2 pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi responsável pela identificação.

Após a detecção da XEC no Rio de Janeiro, outras amostras da linhagem foram identificadas em São Paulo e Santa Catarina, provenientes de coletas realizadas em agosto e setembro, respectivamente. A OMS classificou a XEC como uma variante sob monitoramento devido às mutações suspeitas de afetar o comportamento viral e aos indícios de vantagem de crescimento em relação a outras cepas em circulação.

A pesquisadora Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC, ressaltou a importância de monitorar a nova linhagem no Brasil, considerando a diferença na memória imunológica da população em relação a outros países. A estratégia de vigilância implementada no Rio de Janeiro, que ampliou o sequenciamento de genomas do Sars-CoV-2, resultou na identificação da XEC.

Os dados atuais não indicam um aumento significativo de casos de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro, porém, Paola alerta para a fragilidade da vigilância genômica do vírus no Brasil e para a necessidade de manter o monitoramento em todo o território nacional. A virologista enfatizou a relevância dos dados genômicos na adaptação das vacinas contra a covid-19 e destacou a recomendação de ajuste das formulações com base na linhagem JN.1, feita pelo comitê consultivo técnico da OMS.

Análises indicam que a XEC surgiu a partir da recombinação genética entre cepas virais anteriores, evidenciando a importância de continuar os estudos e monitoramento das variantes do Sars-CoV-2. A próxima reunião do comitê consultivo técnico da OMS está agendada para dezembro, reforçando a necessidade de aprimorar as estratégias de combate à pandemia.

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