De acordo com estudos da FAU-USP, a cidade tem enfrentado temperaturas cada vez mais altas e ondas de calor mais longas, o que torna muitos desses apartamentos insustentáveis. A principal causa dessa dependência do ar condicionado está no envidraçamento das varandas, que cria uma espécie de estufa nos ambientes internos.
O envidraçamento das varandas se popularizou nos últimos anos devido a incentivos da legislação da cidade, que não contabiliza essas áreas como construídas, gerando descontos nas taxas pagas pelas construtoras. Essa prática tem levado muitos proprietários a fecharem suas varandas, integrando-as às áreas internas dos apartamentos.
No entanto, esse fechamento excessivo das varandas pode ocasionar um aumento significativo no consumo de energia pelo ar condicionado. Estudos realizados por alunos da FAU demonstraram que o desconforto térmico pode passar de 7% para 68% das horas ocupadas por ano com a varanda totalmente fechada.
Diante desse cenário, arquitetos e engenheiros alertam para a necessidade de adaptações nos edifícios para garantir uma maior eficiência energética e conforto térmico. Para isso, propõem soluções como a instalação de quebra-sóis, a utilização de vidros especiais e a integração de unidades habitacionais para garantir a circulação de ar.
Apesar da resistência de alguns moradores em abrir mão do conforto proporcionado pelo ar condicionado, é fundamental buscar alternativas sustentáveis para reduzir o impacto ambiental desses imóveis. A conscientização sobre o uso racional da energia e a busca por soluções mais sustentáveis são essenciais para garantir um ambiente urbano mais equilibrado e saudável para as futuras gerações.