Os resultados mostraram que os grupos que tiveram acesso apenas a metade das informações acreditavam estar bem informados para tomar uma decisão. No entanto, aqueles que leram o texto completo se mostraram mais propensos a considerar diferentes perspectivas e a mudar de opinião quando apresentados a todos os argumentos.
O coautor do estudo, Angus Fletcher, apontou a existência de uma “ilusão de adequação das informações”, na qual as pessoas erroneamente presumem ter todas as informações necessárias para formar uma opinião. Essa tendência é caracterizada pelo viés cognitivo conhecido como realismo ingênuo, que consiste na crença de que a própria visão de mundo é correta e inquestionável.
Fletcher ressaltou a importância de considerar diferentes perspectivas e questionar a própria compreensão em situações de discordância. Ele destacou que, embora a mudança de posição possa ser mais difícil em questões ideológicas profundas, em situações cotidianas de mal-entendidos, as pessoas tendem a estar abertas a repensar suas opiniões quando apresentadas a todas as informações relevantes.
Os resultados desse estudo contribuem para a compreensão dos processos cognitivos que influenciam a formação de opinião e demonstram a necessidade de buscar uma visão mais ampla e crítica diante de debates e conflitos interpessoais. A pesquisa também ressalta a importância de combater o realismo ingênuo e a ilusão de adequação das informações, promovendo uma postura mais reflexiva e aberta ao diálogo e à mudança.