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Erro humano em laboratório resulta na infecção de seis pessoas com HIV em transplantes no Rio de Janeiro

O laboratório PCS Lab Saleme divulgou, através de uma nota oficial, que resultados preliminares de uma investigação interna apontaram para um erro humano que resultou na infecção por HIV de seis pessoas que receberam transplantes de órgãos no Estado do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a sindicância interna indicou indícios de erro na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, levando à contaminação dos pacientes. Apesar de ainda não ter sido notificada formalmente sobre as investigações em andamento, o laboratório afirmou estar à disposição das autoridades.

A identidade do responsável pelo erro não foi revelada, mas a nota menciona a técnica em patologia clínica Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que teria se apresentado com diploma de biomédica no momento da contratação. No entanto, o advogado da técnica afirmou que sua cliente não reconhece o diploma e nunca atuou como biomédica, atuando sempre como supervisora administrativa no laboratório.

De acordo com as normas da Anvisa, técnicos em patologia clínica podem realizar atividades como coleta e processamento de amostras, desde que sob a supervisão de profissionais de nível superior. A técnica Jaqueline afirmou em entrevista que, apesar de habilitada para realizar análises, nunca atuou nessa área no laboratório, limitando-se a revisar erros de digitação.

Após a contaminação dos receptores dos órgãos, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro anunciou a retestagem das amostras de sangue e suspendeu o laboratório PCS LAB Saleme de seus serviços. O laboratório, por sua vez, divulgou que os retestes realizados apresentaram resultados negativos para HIV em grande parte das amostras, confirmando a precisão dos laudos iniciais.

O caso foi considerado “inadmissível” pela Secretaria de Saúde do estado e uma auditoria no sistema de transplantes foi ordenada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Medidas adicionais foram implementadas para evitar novos casos de contaminação, ressaltando a importância da segurança e confiabilidade nos procedimentos de transplantes de órgãos.

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