A principal questão envolve a redação do texto, que precisa ser ajustada para permitir a transferência total dos recursos para o governo. Caso contrário, o restante dos recursos ficará retido até que essa mudança seja feita. O Ministério da Fazenda deve sugerir ao Congresso a correção do texto, descartando a possibilidade de enviar uma Medida Provisória (MP) para resolver o problema.
A dificuldade em distinguir os diferentes tipos de depósitos torna ainda mais complicado estimar o valor exato que entrará nos cofres do governo inicialmente. Segundo o advogado Luiz Roberto de Assis, a estimativa é de que apenas cerca de R$ 4,9 bilhões sejam obtidos nessa primeira etapa. Ele alertou que a lei aprovada pelo Senado não abrange todos os recursos esquecidos em diversas instituições financeiras.
A controvérsia em torno da lei da compensação da desoneração da folha de pagamentos levantou críticas da oposição, que a classifica como um confisco. A lei atualmente abrange apenas os recursos nas contas de depósito de instituições financeiras que não tenham sido atualizados, deixando de fora outras modalidades de recursos esquecidos.
A equipe econômica do governo chegou a cogitar o envio de uma MP para corrigir a redação do texto, mas agora pretende sugerir ao Senado que seja responsável pelas alterações necessárias. A negociação entre o Senado e a Fazenda foi intensa, mas uma decisão foi tomada em reunião com o presidente Rodrigo Pacheco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o governo enfrenta mais um desafio para garantir a arrecadação dos recursos esquecidos, em meio a uma série de obstáculos burocráticos e legislativos. A correção da redação da lei da compensação da desoneração da folha de pagamentos se mostra essencial para garantir o ingresso dos recursos nos cofres públicos.