O Aquífero Guarani é a maior fonte de água potável do mundo e se estende por vários países, incluindo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Com aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados de extensão, a disponibilidade de água doce armazenada no aquífero é enorme, porém finita e sujeita a esgotamento e contaminação por poluentes. Por isso, é essencial compreender os mecanismos hidrológicos do sistema e implementar ações de monitoramento e gestão para garantir seu uso sustentável e preservação.
Dados mostram que o estado de São Paulo consome cerca de 80% da água extraída do Aquífero Guarani no país, sendo os poços para abastecimento urbano e irrigação agrícola os principais responsáveis pela redução do conteúdo líquido. A pesquisa revelou que, mesmo em períodos de chuva intensa, a maior parte da água que alimenta as nascentes provém do aquífero, com apenas 20% da descarga anual sendo originária da chuva recém-infiltrada.
O linguista Didier Gastmans, coordenador do Laboratório de Recursos Hídricos e Isótopos Ambientais da Unesp, ressalta a importância de entender a origem e dinâmica das águas pluviais e subterrâneas para garantir o uso sustentável do Aquífero Guarani. Ele alerta que a exploração excessiva combinada com secas prolongadas podem comprometer a capacidade do aquífero em sustentar os rios e nascentes, exacerbando crises hídricas na região.
Diante desses dados, a pesquisa destaca a urgência em adotar medidas de gestão e monitoramento em larga escala para garantir a preservação e uso adequado do Aquífero Guarani, um recurso vital não apenas para a região de Brotas, mas para milhões de pessoas em diversos países que dependem da água proveniente desse manancial subterrâneo.
