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Entidades de matriz africana acusam ministra Anielle Franco de descaso total com os terreiros e pedem reunião com presidente Lula

Entidades e terreiros de matriz africana do Brasil estão em desacordo com a atuação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Uma carta assinada por cem entidades aponta um suposto descaso da ministra com esses grupos, gerando críticas e descontentamento. A principal demanda das organizações é uma reunião com o presidente Lula para discutir a gestão da ministra, que, segundo eles, está envolvida em polêmicas que não contribuem para o governo.

Uma das questões que gerou controvérsia foi a demissão de Yuri Silva, titular da Sinapir (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial), na terça-feira (8). Silva, que era ligado ao ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após acusações de importunação sexual. A ligação de Anielle com estas situações desencadeou críticas das entidades, que alegam falta de diálogo e atenção por parte da ministra.

A carta destaca a demissão de Yuri Silva como um ponto crítico, apontando a forma como ela foi realizada como desrespeitosa e pouco sensível. Além disso, as entidades manifestam preocupação com a falta de diálogo da ministra com os terreiros, questionando a fragilidade de sua gestão.

Procurado para comentar as críticas, o Ministério da Igualdade Racial afirmou não ter recebido formalmente a carta e desconhecer seu teor. A pasta ressaltou que possui uma diretoria própria para Povos de Terreiro e de Matriz Africana e está em constante diálogo com os diversos segmentos, buscando fortalecer as políticas para essas comunidades.

As entidades também apontaram outras questões, como a falta de investimento orçamentário para os povos de terreiro e a demora na implementação de políticas importantes. As críticas se acumulam sobre a atuação da ministra Anielle Franco, que enfrenta pressão por parte desses grupos que se sentem negligenciados e desassistidos em suas demandas. Este é mais um capítulo de embate político que coloca em evidência a importância do diálogo e da atenção às demandas das comunidades tradicionais e de matriz africana no Brasil.

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