Repórter São Paulo – SP – Brasil

Delegado da PF sugere aumento de penas para crimes de manipulação de resultados de jogos em depoimento à CPI.

Nesta quarta-feira (9), o delegado Daniel Mostardeiro Cola, coordenador-geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal, prestou depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. Durante seu depoimento, o delegado sugeriu ao Poder Legislativo que aumente as penas para os crimes de manipulação de resultados de jogos, de acordo com as diretrizes presentes na Lei Geral do Esporte.

Cola destacou a importância de intensificar as punições para os crimes relacionados à manipulação de resultados esportivos, visando coibir a prática e proteger a integridade das competições esportivas. O delegado ressaltou que as atuais penas de reclusão de 2 a 6 anos e multa não são suficientes para inibir tais condutas nocivas ao esporte.

Durante sua participação na CPI, o delegado também abordou a complexidade das investigações relacionadas à manipulação de jogos, especialmente devido à diversidade de campeonatos de futebol no Brasil. Ele ressaltou que as organizações criminosas que atuam nesse cenário são ágeis e migram rapidamente entre diferentes competições e divisões, dificultando o trabalho de investigação.

Além disso, Cola informou que a Polícia Federal mantém parceria com a empresa SportRadar desde 2021, colaborando no combate à manipulação de jogos e na preservação da integridade no meio esportivo. O delegado também mencionou a atuação da PF em conjunto com a CBF para investigar casos de manipulação de jogos, ressaltando, no entanto, que algumas investigações se limitam a campeonatos estaduais devido às restrições de atuação.

Em relação à regulamentação das apostas esportivas no Brasil, Cola afirmou que a Polícia Federal possui estrutura e capacidade para combater empresas ilegais de bets, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em conformidade com as diretrizes do Banco Central e do Coaf. O delegado destacou a importância de manter a integridade no ambiente das apostas e do desporto, visando evitar práticas ilícitas e proteger os apostadores.

Diante da possibilidade de legalização de cassinos, bingos e do jogo do bicho no Brasil, Cola expressou sua preocupação quanto aos impactos negativos que essa medida poderia acarretar, incluindo o aumento da lavagem de dinheiro e a proliferação de atividades criminosas. O delegado destacou a importância de se manter vigilante e adotar medidas preventivas para preservar a integridade e a transparência no cenário dos jogos de azar.

A atuação da Polícia Federal no combate à manipulação de jogos e à criminalidade no âmbito esportivo vem sendo intensificada, visando proteger a essência e os valores do esporte, garantindo um ambiente íntegro e seguro para atletas e apostadores. As propostas apresentadas pelo delegado Cola na CPI sinalizam a importância de fortalecer a legislação e as ações de combate a essas práticas nocivas, visando preservar a essência e a credibilidade do esporte nacional.

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