Administração do edifício JK, em BH, exige pagamento do condomínio em dinheiro e moradores se recusam a cumprir a exigência.

Em Belo Horizonte, o histórico edifício JK, projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer e considerado um dos cartões-postais da cidade, está no centro de uma polêmica envolvendo a exigência de pagamento do condomínio em dinheiro vivo. Segundo relatos de moradores, a administração do prédio determinou que o valor referente ao mês de outubro, vencido no dia 5, deveria ser quitado apenas em espécie, pegando a todos de surpresa.

Os condôminos, que preferiram manter o anonimato por receio de represálias, denunciaram que a exigência não foi comunicada previamente pela síndica, Maria Lima das Graças, que há 40 anos administra o edifício JK. Em entrevistas concedidas à reportagem, três moradores confirmaram a situação e expressaram sua insatisfação com a mudança repentina na forma de pagamento.

Ao tentar contato com a administração do prédio para esclarecimentos, a reportagem enfrentou dificuldades. As ligações feitas não foram retornadas e, quando atendidas, eram rapidamente encerradas após a identificação dos repórteres. A própria síndica não foi localizada para dar sua versão dos fatos.

De acordo com os moradores, o boleto referente ao condomínio apresentou problemas no sistema bancário, o que levou a administração a determinar o pagamento em dinheiro físico na portaria. Mesmo diante da impossibilidade de outras formas de pagamento, como Pix ou transferência bancária, a convenção do condomínio proíbe expressamente essa prática, o que tem gerado desconforto entre os condôminos.

Além da questão do pagamento em dinheiro, os moradores também questionam um aumento de 12% no valor do condomínio a partir deste mês, sem que tenha sido realizada uma assembleia para discutir as razões desse reajuste.

O advogado Silvio Cupertino destacou a incoerência da exigência de pagamento em espécie, apontando a falta de segurança e de transparência nesse tipo de transação. A polêmica no edifício JK, famoso por suas 13 plantas diferentes distribuídas em dois blocos e quase mil moradores, mostra que a gestão condominial está longe de ser uma questão simples e pacífica.

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