Repórter São Paulo – SP – Brasil

Imediatismo na Sociedade Contemporânea: Como a Velocidade da Informação Transforma Nossos Hábitos de Consumo de Conteúdo

Em tempos de imediatismo e sobrecarga de informações, o cérebro humano tem passado por transformações significativas. A era dos vídeos curtos, dos posts rápidos e das frases de 140 caracteres tem afetado a capacidade de atenção e paciência das pessoas, especialmente das mais jovens.

Uma tendência preocupante é a diminuição da capacidade de concentração, que muitas crianças já estão demonstrando. A necessidade de gratificação instantânea tem levado muitos a perderem a paciência para ouvir uma música completa, querendo ir direto para o refrão, ou a ficarem impacientes durante uma história, querendo logo saber o desfecho.

A influência da tecnologia nesse cenário é inegável. O uso simultâneo de duas telas, a fragmentação da atenção com vídeos divididos e a necessidade de recapitulações em séries para atender a mente multitarefa são reflexos claros desse novo modo de consumo de conteúdo.

No entanto, mesmo diante dessa realidade de instantaneidade e fragmentação, ainda há espaço para a profundidade e para a resistência ao imediatismo. A literatura, o teatro e o cinema longos continuam atraindo um público que busca ir além da superfície e se aprofundar em reflexões mais densas.

Apesar das incertezas no mercado editorial e da pressão por conteúdos cada vez mais curtos e rápidos, obras como “Guerra e Paz”, “Os Miseráveis” e “2666” seguem conquistando leitores e resistindo ao tempo com suas narrativas extensas e complexas.

É reconfortante acreditar que, mesmo diante da velocidade e da superficialidade imposta pela sociedade contemporânea, sempre haverá aqueles dispostos a se entregar a obras que demandam tempo, atenção e reflexão. A leitura de uma coluna até o fim pode parecer simples, mas representa um ato de resistência contra a pressa e a superficialidade do mundo moderno.

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